Por Marta Caregnato
“Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiadamente jovem ou demasiadamente velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de filosofar ainda não chegou, ou que já passou, é como se dissesse que ainda não chegou, ou que já passou a hora de ser feliz”. Epicuro, CM, p.21
“Todas as manhãs a amizade dá volta à terra para despertar os homens e para que eles possam felicitar-se reciprocamente”[1].
O CONCEITO DE PRAZER EM EPICURO[2] E SUA RELAÇÃO COM A PHRÓNESIS
Esse artigo tem como propósito apresentar a ética epicurista a partir da leitura da Carta sobre a felicidade: à Meneceu, de Epicuro.
A ética epicurista é fundamentada no prazer (hedoné). Nesse sentido, a felicidade (eudaiminia) só é alcançada quando se vive uma vida prazerosa. Daí surge uma questão: como é possível uma ética fundamentada no prazer? Isso não levaria o ser humano agir de acordo com interesses individuais? Diante disto como ficaria o outro no âmbito do agir humano?
O epicurismo foi mal interpretado por pessoas que não compreendiam o que ele entendia por prazer. Daí a relevância – a partir do conceito de prazer, tal como foi pensado por Epicuro – de apresentar algumas idéias básicas, que se encontram interligadas e que são fundamentais para a compreensão da ética epicurista: o tetrapharmakon, a hierarquia dos desejos e a autarquéia. A partir destas idéias mostrar como a phrónesis está relacionada ao prazer.
O pensamento proposto pelo filósofo é inovador, entretanto, isto se deve ao vazio espiritual vivido em sua época. Que foi conseqüência do declínio da pólis[3] (Cidade – Estado). Na Atenas do século IV e V todo cidadão era senhor de si, era ele quem formulava a lei, na Assembléia do povo cada um tinha o direito de tomar a palavra aceitando-a ou rejeitando-a. A partir do declínio da pólis – em que esta deixa de ter autonomia, perdendo a sua independência – a lei passa ser decisão do príncipe ou governador. Dissolvendo assim a antiga identidade entre homem e cidadão. Assim, o ideal político perde seu valor.
A juventude de Epicuro coincidiu com essa época, desse modo, o filósofo propõe o recuo da praça pública (ágora) para o Jardim, um refúgio para o espírito.
1. O PRAZER COMO FUNDAMENTO DA FELICIDADE
A ética epicurista é teleológica e eudaimonista, pois, nela, o agir humano tem como fim (telos) a felicidade (eudaimonia). Por isso, todas as ações humanas devem ser aplicadas ao conjunto de uma vida inteira. A filosofia é, dessa forma, um modo de vida prático (práxis), em busca da felicidade, esta por sua vez, não deve ser buscada uma única vez, porém deve ser uma busca contínua durante toda a vida. Segundo Epicuro, a felicidade ou bem último da vida humana é o prazer (hedoné). O fato de o prazer ser o bem é fundado na Física[4] epicurista, pois os estados de dor e prazer procedem das afecções (pathé). Todavia, quando Epicuro afirma que todas as ações humanas devem estar em vista de um bem último, e que este bem é prazer, ele não está falando de qualquer prazer. Por isso, sua tarefa será buscar uma definição de prazer que funcione como um fim último e que seja fundamentado coerentemente. Desse modo, afirma que os seres humanos, desde o nascimento, buscam o prazer e evitam a dor.
“É por essa razão que afirmamos que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz. Com efeito nós o identificamos como bem primeiro e inerente ao ser humano, em razão dele praticamos toda escolha e recusa”[5].
Epicuro distingue o prazer em movimento[6] do prazer em repouso. Para ele, os prazeres em movimento se propagam na carne causando uma excitação violenta e efêmera. E por serem insaciáveis, trazem mais sofrimentos. O prazer que Epicuro afirma ser o bem supremo, é o prazer em repouso, é um estado de equilíbrio.
1.1. O CONCEITO DE PRAZER
Observe a definição de prazer dada por Epicuro na Carta sobre a felicidade: a Meneceu:
Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres dos intemperantes ou aos que ignoram o nosso pensamento, ou não concordam com ele, ou o interpretam erroneamente, mas ao prazer que é a ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma. Não são, pois, bebidas nem banquetes contínuos, nem a posse de mulheres e rapazes, nem o sabor de peixes e iguarias de uma festa farta que tornam doce uma vida, mas um exame cuidadoso que investigue as causas de toda a escolha e de toda a rejeição[7].
Segundo Epicuro, o prazer consiste na ausência de dor no corpo (aponía) e ausência de perturbação na alma (ataraxia). Ou seja, é a total supressão do sofrimento, é um estado de equilíbrio. O prazer não é alcançado, de forma alguma pelo excesso, mas pela moderação. E enquanto o prazer estiver presente, este não pode crescer e nem diminuir, ele coincide com a estabilidade. Quando se atinge esse estado, acaba todo o sofrimento da alma, e o ser humano não precisa buscar nada que o satisfaça, a não ser o bem da alma e do corpo. Só se sente necessidade do prazer quando ele estiver ausente, porém, quando não há sofrimento, não há necessidade[8].
Além disso, para Epicuro, o prazer da alma é maior que o prazer do corpo. De forma que é possível sentir prazer na alma (ataraxia), mesmo quando se está sofrendo dores no corpo. Também a dor da alma é maior que a dor do corpo. Pois, o corpo sofre apenas pela dor presente, enquanto que a alma além de sofrer pela dor presente sofre também pela dor passada e futura[9].
Por isso é necessário fazer uma escolha de acordo com a razão. Pois, existem prazeres que podem trazer uma dor maior do que este prazer. Então o melhor é evitá-lo. Por exemplo, o vício de fumar, alguém que fizer o uso correto de sua razão perceberá que não vale a pena sentir um prazer momentâneo, sabendo que futuramente lhe trará grandes sofrimentos, como câncer e outras doenças. Da mesma forma existem dores que podem resultar em um prazer maior do que esta dor, em virtude do prazer que ela trará depois.
Embora o prazer seja o nosso bem primeiro e inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer: há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles nos advêm efeitos o mais das vezes desagradáveis; ao passo que consideramos muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo. Portanto, todo prazer constitui um bem por sua própria natureza; não obstante isso, nem todos os prazeres são escolhidos; do mesmo modo, toda dor é um mal, mas nem todas devem ser evitadas[10].
1.2 A PAZ DE ESPÍRITO E O SURGIMENTO DA AMIZADE
Antes do declínio da polis o homem era cidadão e seu ideal era político. Com o fim da polis, enquanto comunidade autônoma, a cidadania desaparece e surge o indivíduo. Para Epicuro, a vida política traz perturbações, e por isso compromete a felicidade, que é a ausência de toda perturbação. A vida política leva as pessoas a procurar poder, riqueza e fama. E isso não é necessário para viver. Dessa forma, Epicuro propõe o retirar-se em si mesmo. Seu lema é “vive escondido”. Só assim é possível alcançar a ataraxia, a tranqüilidade da alma, a paz de espírito. O próprio lugar que Epicuro escolheu para fundar sua Escola se justifica, que era um jardim onde se plantavam hortaliças, isto constitui uma novidade no seu pensamento. O Jardim (képos) estava longe dos tumultos da polis e próximo ao silêncio do campo. Onde era possível alcançar a paz de espírito. E por isso, os epicuristas passaram a ser chamados “os do Jardim”. No Jardim a filosofia era praticada em ação (práxis), e não simplesmente na theoria. Epicuro dizia: “Libertemo-nos definitivamente do cárcere das ocupações cotidianas e da vida política”[11]. Assim, os epicuristas deviam estar afastados da multidão.
“A fonte mais pura de proteção diante dos homens, assegurada até certo ponto por uma determinada força de rejeição, é de fato a imunidade resultante de uma vida tranqüila e distante da multidão”[12].
Os epicuristas viviam longe da vida política e em profunda harmonia, na busca de si mesmo, buscando a liberdade interior. No Jardim, a única relação social recomendada era a amizade. Segundo relatos de Diôgenes Laertios[13], a amizade é uma necessidade. E que da mesma forma que se planta uma semente e se cuida para crescer e frutificar, assim também é necessário que se tome a iniciativa da amizade, de forma que ela cresça e se transforme na vida em comum entre aqueles que vivem plenamente o ideal da serenidade.
A amizade une os que pensam, sentem e vivem do mesmo modo. Para Epicuro, a amizade começa pela utilidade, mas depois ela se torna fonte de prazer, e por isso é um bem, conseqüentemente traz a felicidade. “Toda a amizade é desejável por si mesma, mas iniciou-se pela utilidade”[14].
2. O TETRAPHARMAKON
A filosofia para Epicuro é, antes de tudo, uma terapia. Desse modo, Epicuro propõe um “remédio” para curar a alma humana, chamado quádruplo remédio (tetrapharmakon). Aquele que aplicasse esse “remédio” estaria livre de perturbações e alcançaria a ataraxia.
2.1 – NÃO SE DEVE TEMER AOS DEUSES
Epicuro não nega a existência dos deuses: “os deuses realmente existem e é evidente o conhecimento que temos deles; já a imagem que deles faz a maioria esta não existe”[15]. O que Epicuro nega é a providência divina, ele não admite que os deuses vigiem as ações humanas, punindo os maus e recompensando os bons. Os deuses que Epicuro apresenta não possuem desejo de vingança, não têm inveja e não se intrometem no mundo. Vivem na bem-aventurança e em tranqüilidade. “Considerando a divindade um ente imortal e bem-aventurado(...) pensa a respeito dela tudo que for capaz de conservar-lhe felicidade e imortalidade”[16].
“Um ser bem-aventurado e eterno não sofre perturbações nem perturba outro ser; por isso é imune a movimentos de ira ou gratidão. Pois todo movimento desse tipo implica fraqueza”[17].
Dessa forma, não é preciso temê-los, pois eles não se interessam no cosmo e nem nas coisas humanas, como a religião popular acreditava que os deuses traziam malefícios para os maus e benefícios para os bons. Segundo Epicuro, isso são opiniões falsas acerca dos deuses. O objetivo de Epicuro era libertar as pessoas dessas superstições, pois elas traziam perturbações para a alma.
Para Epicuro é vão o culto interessado. Não adianta fazer preces aos deuses, esperando que eles perdoem suas ações. Quanto aos epicuristas prestavam um culto desinteressado à divindade. Filodemo, discípulo de Epicuro, explica:
“O sábio dará sinais de adoração aos deuses, porque orar é próprio da sabedoria, não porque os deuses se devam irritar, se não o fazemos, mas porque entendemos o quanto a natureza dos deuses se sobrepõe a nós em poder e excelência”[18].
Assim, Epicuro quer libertar as pessoas do medo e das superstições acerca dos deuses. Pois, não se precisa esperar nada dos deuses, simplesmente porque eles vivem na bem-aventurança e imortalidade e não se preocupam com o mundo.
2.2 – NÃO SE DEVE TEMER À MORTE
O segundo passo para atingir a ataraxia é se livrar do temor da morte. Epicuro era materialista e concebia tanto o corpo quanto a alma constituídos de átomos. Se a morte é a desintegração dos átomos, não se precisa esperar nada depois dela. Por isso, a morte não é nada, pois ela é a privação das sensações[19]. Da mesma forma que não existe nada de terrível em viver, também não existe nada de terrível em deixar de viver. De modo que sofrer pela espera da morte ou mesmo querer prolongá-la não passa de tolice. Pois, não é a vida mais longa que importa e sim a mais agradável, ainda que curta. É preferível uma vida curta e feliz do que uma vida longa e cheia de sofrimentos. “O mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos”[20].
2.3 – É POSSÍVEL SUPORTAR A DOR
Para Epicuro, toda dor no corpo é suportável. Se a dor for forte dura pouco e não pode, de maneira alguma, tirar o prazer da alma. se a dor for fortíssima, logo leva à morte, e como se viu a morte não é nada. Quanto a dor da alma, são produzidas unicamente por pelas falsas opiniões (temor dos deuses, o destino[21] e a cega necessidade, temores acerca dos fenômenos terrestres e celestes). Quanto a isso, a filosofia epicurista é um “remédio” para a cura destes males.
2.4 – É POSSÍVEL ALCANÇAR A FELICIDADE
A felicidade é acessível a todos, pois cada pessoa tem dentro de si a liberdade interior capaz de trazer a felicidade. E é esse o objetivo da filosofia de Epicuro, libertar as pessoas dos males que as impedem de alcançar a felicidade. Para isso deve-se aplicar o tetrapharmakon. Dessa forma, a filosofia epicurista era uma “terapia”. Ela é acima de tudo um modo de vida prático(práxis). Quem conseguir viver este ideal, “viverá como um deus entre os homens”[22]. “O essencial para a nossa felicidade é a nossa condição íntima, da qual somos os donos”[23].
3. A HIERARQUIA DOS DESEJOS
E como se aplica o tetrapharmakon? Para se “curar” a alma é preciso praticar continuamente a ascese dos desejos, ou seja, exercícios espirituais com intuito de apenas satisfazer as necessidades básicas e descartar o que for supérfluo. Pois, é o supérfluo que traz perturbações para a alma.
Considerando também que, dentre os desejos, há os que são naturais e os que são inúteis; dentre os naturais, há os que são necessários e outros apenas naturais; dentre os necessários, há alguns que são fundamentais para a felicidade, outros, para o bem-estar corporal, outros ainda para a própria vida. E o conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda a escolha e toda a recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que é a finalidade da vida feliz: em razão deste fim praticamos todas as nossas ações, para nos afastarmos da dor e do medo[24].
Epicuro estabeleceu que os desejos que sempre devem ser saciados são ao naturais e necessários para a vida humana, bem estar corporal ou para a felicidade. Quando estes desejos não são satisfeitos trazem dor. São, por exemplo, comer quando se tem fome, beber quando se tem sede, dormir quando se tem sono. Só que deve haver moderação, não se deve, por exemplo, comer exageradamente porque logo o corpo sofrerá.
Quanto aos desejos que são naturais, porém desnecessários é preciso limitar-se a eles. Estes se não forem satisfeitos é indiferente à vida, eles apenas variam o prazer sem suprimir a dor. Como por exemplo, o desejo sexual e o desejo de comidas saborosas. Independente de sua satisfação ou não, a vida continua sem sofrimento. Inclusive Epicuro afirma que tanto alimentos simples, quanto iguarias mais requintadas trazem o mesmo prazer, de forma que, “pão e água produzem o prazer mais profundo quando ingeridos por quem deles necessita”[25]. Com estes desejos deve-se ter moderação, eles são naturais, porém o excesso pode trazer perturbação.
Existe também os desejos não naturais e não necessários. Quanto a estes é preciso fugir deles. Estes são vazios, pois são produto de falsas opiniões e não possuem nenhum fundamento na natureza. São por exemplo, o desejo de honras, poder e riquezas. Estes desejos são a causa de todos os males e trazem perturbação para a alma, porque são insaciáveis. Quanto mais tenta saciá-los, mais o desejo aumenta, de forma que nunca é possível saciá-los plenamente. O sábio deve fugir destes desejos, pois se não nunca será feliz.
3.1 AUTARQUÉIA
Deve se contentar em satisfazer somente os desejos naturais e necessários, que são os únicos que trazem benefícios para a vida do indivíduo. E isso é muito fácil, pois a natureza fez com que o necessário fosse fácil de alcançar. Quanto às coisas desnecessárias são mais difíceis de conseguir. Por isso, o ser humano tem dentro de si a autarquéia (o bastar-se a si mesmo, ou independência, ou auto-suficiência). Epicuro considera a autarquéia uma grande riqueza e nela está a felicidade. Pois, aquele que contenta com o que tem vive na maior riqueza. Veja os fragmentos: “aquele a quem não basta o pouco, a esse não basta nada”[26]. “Acho-me cheio de prazer corpóreo quando vivo a pão e água, e cuspo sobre os prazeres da luxúria, não por si mesmos mas pelas inconveniências que os acompanham”[27].
Epicuro diz que a auterquéia é um bem não pelo fato de se contentar com pouco, mas para que quando não tiver o muito, se contentar com o pouco sem que haja sofrimentos. Pois aquele que possuir a maior riqueza é o que menos dependerá dela. Por isso, deve-se acostumar com coisas simples, pois, além de ser bom para a saúde, ensina o indivíduo a enfrentar as adversidades da vida.
“Graças sejam rendidas à bem-aventurada Natureza que fez com que as coisas necessárias sejam fáceis de alcançar e que as coisas difíceis de alcançar não sejam necessárias”[28].
3.2 PHRÓNESIS: A VIRTUDE SUPREMA
Para Epicuro, a phrónesis (sabedoria prática ou prudência) é a virtude suprema, o bem maior que o indivíduo pode possuir, por isso, é mais preciosa que a filosofia. Pois, é da phrónesis que se originam as outras virtudes, e é ela que produz uma vida feliz. Não existe felicidade sem as virtudes e nem as virtudes sem a phronesis. Elas são inseparáveis.
A phrónesis ensina ao indivíduo discernir quais são os verdadeiros prazeres. É preciso calcular o que é vantajoso e o que apenas aparenta ser. Pois, há prazeres que provocam sofrimentos maiores que o próprio prazer. E há dor que em seguida produz um prazer maior que a dor. Dessa forma, é preciso fazer o uso da phrónesis para que se possa fazer uma escolha correta sem provocar danos à saúde tanto do corpo, quanto da alma. “Convém, portanto, avaliar todos os prazeres e sofrimentos de acordo com o critério dos benefícios e dos danos. Há ocasiões em que utilizamos o bem como se fosse um mal e, ao contrário, um mal como se fosse um bem”[29].
Portanto, é a phrónesis que ensina o que se deve ser feito e o que se deve ser evitado. Ela orienta a vida do indivíduo de maneira que ele alcance a felicidade. Ora, como se viu, a felicidade consiste em desfrutar o verdadeiro prazer. Dessa forma, sem a phrónesis não há como alcançar a felicidade (eudaimonia). O prazer está diretamente ligado à phrónesis.
NOTAS:
[2] “Epicuro (341 – 270 a. C.), de família ateniense, nasceu em Samos, recebeu em Atenas sua formação como efebo, ensinou provavelmente em Mitilene e Lâmpsaco para onde se transferira. Já então se iniciara na filosofia pelas mãos do filósofo Nausífanes, seguidor de Demócrito, e que exerceu sobre ele influência considerada decisiva pelos estudiosos. Em 307/306 fundou em Atenas sua escola”. Vaz, Escritos de Filosofia IV. Introdução à ética filosófica 1, p. 133
[3] Sobre o declínio da polis ver: Moraes. Epicuro. As luzes da ética, pp. 52 – 62 e Reale e Antiseri. História da filosofia: filosofia pagã antiga, pp.249 – 252.
[4] Alguns autores consideram imprescindível conhecer a Canônica e a Física de Epicuro para compreender a sua ética. Segundo Vaz, a canônica exerce no sistema epicurista uma “função propedêutica e tem como finalidade explicar que, sendo parte da physis e, portanto, nela totalmente integrado, o ser humano possui uma atividade cognocitiva estritamente dentro dos limites, condições e âmbito determinado pela physis”. Vaz. escritos de filosofia IV. Introdução à ética filosófica 1, p. 136. No entanto, o objetivo desta monografia é apresentar apenas a ética do filósofo, razão pela qual não será feito menção à física e à canônica.
[5] Epicuro. CM, p. 37.
[6] O prazeer em movimento era defendido pelos cirenaicos, que identificavam o prazer como um suave movimento e a dor como um violento movimento. Eles negavam, por exemplo, que a ausência de dor fosse um prazer. Para os cirenaicos a ausência de dor era um estado de insensibilidade. (cf. Reale. História da filosofia antiga: os sistemas da era helenística v3, p.206
[7] Epicuro. CM, pp.44, 45.
[8] Cf. Ibid, p. 37.
[9] Cf. Ibid. p. 314.
[10] Epicuro. CM, p. 39
[11] Epicuro. SV 58 apud Reale. História da filosofia antiga: os sistemas da era heleniística v.3, p.223
[12] Epicuro. MC XIV apud Laertios. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, p. 317
[13] Ibid, p.311
[14] Epicuro. SV 23, Bignone apud Mondolfo. O pensamento antigo, p. 111
[15] Epicuro. CM, p. 25
[16] Ibid, p. 23
[17] Epicuro. MC I apud Laertios. Vids e doutrinas dos filósofos ilustres, p.
[18] Festugière, p. 90 apud Ullman. Epicuro. O filósofo da alegria, p. 90
[19] Cf. Epicuro. CM, p.27
[20] Ibid, p.29
[21] Epicuro nega o destino, concebendo que algumas coisas acontecem por necessidade, outras por acaso e outras vontade. sendo que a necessidade gera irresponsabilidade, o acaso é inconstante e que a vontade é livre. Cf. Epicuro. CM, p.47
[22] Ibid, p.51
[23] Frag. 109 Usener apud Ullman. Epicuro. O filósofo da alegria, p. 62
[24] Epicuro. CM, p.35
[25] Ibid, p.41
[26] Frag. 473 Usener apud Mondolfo. O pensamento antigo, p. 108
[27] Frag. 181 Ibid.
[28] Arrighetti, p.567 (240) apud Hadot. O que é filosofia antiga, p. 174
[29] Epicuro. CM, p.39
Oi!! Gostei muito do texto. Gostaria saber quais foram as referencias bibliograficas utilizadas para a escrita deste texto. Principalmente a que contem o texto de Epicuro sobre o jardim das delicias. Obrigada! Crysleide Rodrigues.
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