Por Marta Caregnato
Quinta-feira (06/01), o movimento Proteste Minas se reuniu na Praça da Rodoviária para protestar
contra o aumento salarial abusivo de 61,7% que os parlamentares deram a si
mesmos. Cerca de 80 pessoas manifestaram sua indignação contra tal aumento com
cartazes, apitos, panelas e buzinaços. As principais palavras de ordem foram: “Alô
Brasília, eu quero o que é meu: saúde, educação e aumento igual ao seu!”; “Você
aí parado, também tá sendo roubado!”; “Não é mole não, tem dinheiro pra
ministro, mas não tem pra educação!”; “Eu não sou otário, tira do meu bolso pra
pagar o seu salário!”; “Ah! Eu não agüento! E no final só deputado ganha
aumento!”; “Ah! Isso de novo! Politicagem pra roubar o que é do povo!”
Os manifestantes fizeram um percurso saindo da Praça da
Rodoviária e seguiram até a Praça Sete, com várias paradas nos sinais de trânsito,
onde todos gritavam indignados tentando conscientizar os transeuntes.
O Proteste Minas é
“um grupo de jovens questionadores e engajados em contribuir na mudança dos cenários
desiguais presentes na sociedade brasileira”.
Num país em que a maioria da população vive inerte diante de
tantas injustiças sociais, onde um trabalhador assalariado se conforma com um
salário de R$ 540,00 e é incapaz de questionar um salário de R$ 26.700,00 de um
deputado, está mais do que na hora de levantar nossas vozes em protesto.
Um exemplo dessas grandes injustiças é visível, principalmente, na área da educação. Nós, professores, temos péssimas condições
de trabalho, os investimentos para a educação são mínimos, somos obrigados a
manter o sistema didático arcaico (“cuspe e giz”) por falta de recursos didáticos
adequados. É óbvio que existe um interesse político por trás disso, investir em educação é um perigo para muitos de nossos atuais políticos. Não é interessante
para eles uma juventude consciente, questionadora que se mobiliza e luta pelos
seus direitos.
E nós, professores, cada vez mais esgotados com o ritmo de
trabalho, já que muitos acabam enfrentando uma dupla ou tripla jornada de
trabalho devido aos péssimos salários.
Detalhe: em abril de 2010, os professores da rede estadual
do estado de Minas Gerais iniciaram uma greve reivindicando melhores salários. A
greve durou quase dois meses e os professores tiveram que voltar ao trabalho após
serem chantageados com ameaça de perderem seus cargos. A negociação durou dois meses e tiveram um aumento de 7%, sendo que esse aumento só será recebido
efetivamente em março deste ano, ou seja, COM 11 (ONZE) MESES DE ATRASO. Agora,
sabe quanto tempo demorou para ser aprovado esse aumento de 61,7% para os
parlamentares? Brevíssimos 8 minutos, caros cidadãos!!! Não dá para ficar
calado diante disso. Proteste! Lute! É o seu dinheiro que eles estão
embolsando, é o dinheiro do povo!
Mais informações:
É isso ai, inconformados com o abuso de poder em benefício próprio, fomos às ruas fazer nosso protesto, participe você também no seu estado:
ResponderExcluirBRASÍLIA:
08/01 - as 12h. Na escadaria do metro da rodoviaria
SÃO PAULO
08/01 - LOCAL: Av. Paulista, em frente ao MASP
HORA: 16:00 hrs
RIO GRANDE DO SUL:
08/01 - Porto Alegre, em frente ao Palácio Piratini
HORA: 16h
SANTA CATARINA:
08/01 - Florianópolis, em frente a UFSC
HORA: 16h
PARANÁ:
08/01 - 16h Curitiba, na Pça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Palácio das Araucárias